Escrevi esse texto dois anos atrás e não senti que ele estava pronto para ser publicado. Acabei esquecendo ele nos rascunhos do WordPress e , hoje, senti muita tristeza ao perceber que absolutamente nada mudou.
“Hoje eu quero falar sobre um assunto que me faz derramar lágrimas na mesa de jantar quase todas as noites.
Eu quero falar sobre GAZA!
Um dia desse li um post maravilhoso em algum blog (infelizmente não lembro mais qual =/) sobre o caso do Bernardo Boldrini. Lembro que a autora falava que ele foi abandonado. Abandonado pelos vizinhos, pela família, pelo governo… Enfim. Simplesmente abandonado.
E aquilo me doeu! E fez eu me perguntar quem eu estou abandonando no meu dia a dia, quem estou deixando sofrer.
Quando mais um conflito estourou no Oriente Médio e a crueldade típica desses eventos começou a massacrar os civis palestinos, eu me perguntei : quando foi que eu abandonei essas pessoas? Quando foi que o sofrimento alheio se tornou tão secundário na minha vida?
Claro, óbvio e evidente que não existe na prático que eu possa fazer. Infelizmente eu não posso chegar no Sr. Primeiro Ministro Israelense (Benjamin Netanyahu ) e mandar ele parar de cometer essas atrocidades, também não posso ligar para cada um dos membros do HAMAS e dizer que eles estão lutando uma guerra que só destruirá a sua população e muito menos posso mandar o Conselho de Segurança da ONU tomar, pelo menos, uma atitude prática!
Se eu pudesse, acredite, eu faria!
Mas também não posso sentar numa cadeira qualquer e seguir com a vida como se dezenas de crianças não estivessem sendo massacradas neste exato momento. Da mesma forma que a população não poderia ter sentado e assistido Hitler assassinar quase 6 milhões de judeus.
Daí eu te pergunto: O QUE É ISSO?
É algum tipo de vingança? Porque se for, permita-me lembrar, querido Benjamin Netanyahu, que o holocausto foi ideia da mente (doente, diga-se de passagem) de um alemão, não de um palestino…
É alguma demonstração de poder bélico? Porque se for, acredito que já foi notada a superioridade de Israel…
Se sou a favor do HAMAS? NÃO! Considero o HAMAS um grupo terrorista, mas não consigo enxergar qual o objetivo de atirar bombas em crianças que dormem em uma escola!! E não vem me dizer que foi acidente! Nós dois sabemos que não foi…
Eu entendo a guerra! Não apoio, admito, mas entendo! Entendo a necessidade israelense de se proteger e destruir aqueles túneis, entendo a comoção pelo assassinato dos três meninos e entendo o quanto o país significa para aquele povo.Só não entendo o porquê dessa revanche estar atingindo crianças.
Fico aqui me perguntando em que momento eu fui relapsa como cidadã o suficiente para não impedir essa tragédia.
Fico aqui agradecendo por não morar na Faixa de Gaza.
Fico aqui pedindo para o meu D’us que a estupidez humana acabe.
Fico aqui só querendo não ter abandonado essas pessoas.
L.”
Diário De Uma Pupa 